Minha inquieta alma que se recorda
De incessantes imagens que me lampeja
Grita ao meu cansado corpo: “acorda!
Levanta e busca o amor que tanto almeja!”
Minha carne desperta (limitada matéria)
Não possui os dons que a alma domina
Vê-se presa às paredes de sólida miséria
Constante pernoite de uma soturna rotina
Se me deito, recuso o sono que revigora
E me flagelo com o pesar de mais um dia
Na espera de outro dia completamente igual
Perpétuo conflito noturno que me devora
Certo do fim que me aguarda e não tardia
E me condena em sua liberdade condicional
Um comentário:
Muito, muito bom, Cliver!
Adoro sonetos.
Poucos são os que sabem fazer um bom soneto italiano/petrarquiano de verdade.
Bello!
Um forte abraço,
Jefferson.
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