terça-feira, 15 de junho de 2010

À Insônia

Minha inquieta alma que se recorda
De incessantes imagens que me lampeja
Grita ao meu cansado corpo: “acorda!
Levanta e busca o amor que tanto almeja!”

Minha carne desperta (limitada matéria)
Não possui os dons que a alma domina
Vê-se presa às paredes de sólida miséria
Constante pernoite de uma soturna rotina

Se me deito, recuso o sono que revigora
E me flagelo com o pesar de mais um dia
Na espera de outro dia completamente igual

Perpétuo conflito noturno que me devora
Certo do fim que me aguarda e não tardia
E me condena em sua liberdade condicional

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito, muito bom, Cliver!
Adoro sonetos.
Poucos são os que sabem fazer um bom soneto italiano/petrarquiano de verdade.

Bello!

Um forte abraço,
Jefferson.