terça-feira, 15 de junho de 2010

Império

Não sou tão divertido quanto você pensa
Você quem se encanta facilmente por tudo que faço
Mesmo quando não há graça no que digo
Você estava sempre disposta a sorrir
E, desta maneira,
Me fez crer no quão especial sou
Mas não era nada disso
Não sou o amante perfeito que você fantasia
Eu apenas seguia seus movimentos
Como o dançarino amador atento aos passos da parceira
E num instintivo compasso rítmico
Me fez acreditar que era eu
O autor da música que nos conduzia
Mas não era nada disso
Não sou a fortaleza que você deseja
Era você quem se colocava frágil em meus braços
Meiga, manhosa... Implorando proteção
E, envolvida em meu abraço,
Eu tentava em vão te convencer
Que tudo estava bem
Que seus temores eram meras tolices
Mas não era nada disso
Tolo fui eu
Cego, surdo e displicente fui eu
Quando acreditei que sem você
O mundo me seria o bastante
Mas a verdade é que não me basto nem a mim mesmo
Pois o melhor que há em mim sempre esteve em você
E sem você
O mundo inteiro é um vasto império obsoleto

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