quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

 Gosto do jeito

Que nossos lábios

Se conectam

Molhados

Por isso me deleito

E te saboreio

Lambendo, sugando

Roçando minha barba

Te provocando

Sem pressa

Revezando ternura

E paixão

E quando te percebo

Carente de fôlego

Nos permito

Um instante de ar

Para em seguida

Subir

E finalmente

Beijar sua boca

 Buceta

Três sílabas

Que me enchem a boca

E se me perguntar

Se sinto falta da sua

Minha resposta está

Na ponta da língua

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

 Perdoa seu poeta

Juro que tento

Quando pego

Minha caneta espermográfica

Lhe escrever belos poemas

Mas tudo que sai é lambança

Perdoa seu poeta

 Olha

Tem algo no seu cabelo

Cuidado

Pode ser perigoso

Eu te ajudo

Pronto

É só minha mão

Mas não quer soltar

Mesmo puxando com força

Tenho um plano

Deixa eu me apoiar 

Atrás de você

Nossas roupas atrapalham

O salvamento

Por isso são eliminadas

Não repare meu pau

Deslizar duro para dentro

Da sua bunda

Resgates me deixam alerta

Minha outra mão passeia

Em seus seios

Para monitorar seus batimentos

Já vai terminar

Aguente mais um pouco

Só mais um pouco

Mais

Está quase

Quase...

Pronto

Está livre, amor

Só um pouco descabelada

 Visto minhas taras de você

O contrário não me apetece

Desnudos de esteriótipos

Uso seu corpo para sensualizar

As fantasias ordinárias

Uma estudante

Uma professora

Uma advogada

Uma jardineira

Uma pole dancer

Qualquer fetiche ganha mais erotismo

Fantasiado de Milena

 Ilogicamente

Me pego

Pensando em ti

E me pego

Derretido

Gotejando

Irracionalmente desejoso

De ser sorvido

De te servir

A razão se cala

Para dar voz ao gozo

E, teimoso que sou, insisto

No tamanho absurdo

De jorrar meu leite

Sem sua boca para inundar

 Qual o sentido de te sentir,

Senão o de perder meus sentidos?

De me desnortear em nossa saliva?

De me me entorpecer em sua seiva?

Qual o sentido senão o de fora para dentro?

 De dentro para fora

Incontáveis vezes

Em você, me vejo andando em círculos

Sem mapas

Sem bússola

Sem GPS

Seus gemidos me guiam 

Para onde desejo chegar

E me perco outra vez

Apenas para, prazerosamente, 

Recalcularmos nossa rota.