terça-feira, 18 de outubro de 2011

19056

O susto já aconteceu
É hora de voltar
Seja lá pra onde for
Tenho tanto pra ajeitar
Antes que o teto desabe
E o chão me falte

Você nem percebeu
Quando o céu escureceu
Não dá pra adiar
Feche os olhos pra dormir
Outro dia vai chegar
Deixe que a luz da casa
O último apagará

Essa dor também se afastará

Quem vai ligar pro final?
O fim é só uma ideia
Na sua cabeça

Agora já deu
Agora adeus

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Atlântida

Este silêncio hostil
Diz tudo que meus lábios não falam
Este silêncio hostil
Esconde o grito que me calam
Esta índole vil é o que nos resta
Pela janela do seu quarto
Teu hátilo embaça o vidro
Eu ainda posso ouvi-la
Sussurrando baixo em meu ouvido
Esta febre que me queima
Não arde tanto quanto deveria
E se meu sangue é esperança
Quem me salvará desta hemorragia?
Mas eu sei que isto é apenas uma fase
Que descança mas nunca termina
E me entrego a qualquer regra
A dogmas, leis ou doutrinas
Eu ainda posso vê-la caindo neste vasto precipício
Eu ainda posso senti-la sorrindo pelos cantos de um hospício
Eu vejo o dia acordar enquanto esperava o sono
O que é seu não me pertence
E o que é meu em suas mãos agora eu tomo
Não é só a intenção
E sim a conclusão de seus atos
Já não sei o que dizer, já não sei o que fazer
Mas mesmo assim eu faço
Eu vejo o dia acordar enquanto esperava o sono
Mas mesmo assim
Ignoro o meu engano
E a cada dia um oceano
Invade minha atlântida